segunda-feira, 28 de setembro de 2009

sem um pingo de ironia

“E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.”
Manuel Bandeira

Sou mais feliz nos meus sonhos, onde conto a verdade sem um pingo de ironia. Bem verdade que não me lembro quando foi a última vez que sorri verdadeiramente senão em um sonho ou quando senti prazer em qualquer detalhe da vida quando não adormecida. Ando cansada e para demonstrar o nível de cansaço que minha mente e corpo sentem confesso que há mais de dois meses não leio um livro e não vou pra academia. Tudo parece me consumir de uma forma absurda, um dia parece uma semana e uma noite passa em quinze minutos. Confesso: Não me aguento mais em pé. Tenho vontade de jogar tudo para o alto, só assim teria um tempo para mim novamente. Agora me sinto triste, tão triste como não me sentia há anos porque o cansaço tem dessas coisas, gera estresse e deprime a gente. No final das contas me sinto sozinha e perdida. e nenhuma esperança, tudo me cansa. Vou seguindo assim, de mansinho, triste e sonolenta, rezando para que a noite não passe tão rápido, para que possa sonhar, porque nos meus sonhos há alguém – e não meia dúzia – há um propósito, há um “eu te amo” e apesar de toda a tristeza há a esperança de que mesmo com a morte batendo à porta exista um paraíso onde encontrarei amor e aconchego. Tudo isso assim, sem um pingo de ironia.

domingo, 27 de setembro de 2009

Sexta-feira

Uma noite de sexta-feira com sorvete e sem álcool para respeitar o anti-alérgico. Se tem uma coisa que ele sempre teve por mim foi respeito, mais do que qualquer outro, eu com os meus chocolates e eles com seus pensamentos. Deus, como já paguei por querer compreender o que ele pensa!

á faz tanto tempo que somos como uma única pessoa, ele me entende como ninguém e eu brinco e me divirto de uma forma que seria impossível com qualquer outro.
Três beijos, uma cereja e uma tentativa de suicídio. Tudo tão profundo e de encaixe tão perfeito que sinto como se estivesse me lançando ao fundo do poço.

Meus planos para essa noite escorregaram e se perderam por aí e a vontade de ter a noite de ontem de volta é iminente. O que meu cérebro precisa entender – porque meu coração não o faz – é que certas coisas são como são porque não são freqüentes.

O problema é que a parte insegura de um certo alguém – eu – apagou um número de telefone que deveria ser intocável, quem manda manter toda essa impulsividade?

sábado, 26 de setembro de 2009

Medo

Tenho sonhos tão dolorosos que machucam toda e qualquer parte da minha mente e coração. Tenho medo de dormir e nunca mais acordar, medo de vomitar palavras que nunca tive coragem de dizer, tenho medo de que o mundo seja incapaz de me entender.
Tenho medo da redoma que me cerca e segue me sufocando devagarinho.

Tenho medo das lágrimas que simplesmente secaram e são incapazes de cair, tenho medo do sol que me cega de manhã e me avisa que um novo dia começou, tenho medo de me permitir ser feliz.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Despedida

Muita gente não entende essa paixão.

“Não entendo como você pode ficar feliz ao ler sobre depressões“.
Sempre respondo que ler coisas depressivas pode ser um bom alimento para a alma. Não, eu não elonqueci, virei emo e nem vou fugir com a tribo de fãs do NxZero, só que eu entendo que esses autores exploram muito a essência do ser humano e toda a sua fraqueza, crueldade e insanidade. Além desse aspecto, é sempre muito interessante.
escrevo após uma desilusão amorosa e conto uma história ou escrevo algo que lembre o "meu amor" – embora melancólica – que nos prende do início ao fim.

Quando era criança perguntei ao vô "O que é uma despedida?"
ele não falou me olhou e virou-se me deu as costas...
eu disse:º É quando alguém tem que partir para algum lugar distante para sempre ou por um período de tempo considerável?

-Bom lá estava eu sentada olhando para ela, do nada me diz algo, eu não sabia o que falar ... e disse tchau, isso foi uma despedida?
depois de uns minutos voltei dizendo que não sabia o que sentia, porque já deixei de ter certeza dessa vida.
De volta recebi um olhar de desaprovação e uma resposta negativa.
Comecei a me sentir estranha. O coração deu um pulo de ansiedade tentando avisar ao meu cérebro que era hora de escolher. A razão, por outro lado, conflitava intensamete com os desejos e vontades. Logo senti minha pele ruborizar e a temperatura do local aumentou de repente me fazendo transpirar, não fui capaz de elaborar uma resposta, fui Incapaz de decidir!
Se no início pensava os prós e contras de cada opção, agora eu só pensava nos contras de ambas. Por que não podemos transferir a responsabilidade de nossas escolhas para aquela pessoa que parece tão certa ao te oferecer um conselho?
Por um instante achei que tinha resolvido o problema e escolhido. Depois percebi que o problema ainda está lá. Só gostaria de entender o porquê de tanta enrolação. Enquanto alguns são tão diretos e dinâmicos, por que eu nunca consigo fazer uma escolha?
Tentarei reinventar a vida ou melhor, meu coração.
Ela seria uma jovem como outra qualquer se não fosse pelo fato que ela está extremamente infeliz por não ter o "seu amor".
-Isso é na verdade uma carta de suicídio? O desejo e a necessidade de todos os preparativos para a sua morte e funeral.
é um suicídio?
Não é algo mórbido como pode parecer.
fico sozinha e com bom humor resolvo colocar fim a minha vida. É mais ou menos assim mesmo!
Não... não, não!! calma ainda não quero me matar!
Talvez eu falasse sobre os meus medos, por isso não falo muito.
Eu queria falar sobre algo estranho. Aquele sentimento que a gente nunca entende, o mesmo que eu sinto por você.