Vovô nos ama. Papai nos ama. Quanto amor! Crescemos e aprendemos que amor de família é incondicional (idealizado) e dos pais então… Esse além de tudo é obrigação. Ainda muito jovens aprendemos que o amor falha. Os pais se separam. Se os seus não se separam, os de algum amigo o fazem. São lágrimas e um pedaço de coração partido. Adolescentes percebemos que mamãe e papai também erram. Que às vezes se arrependem, que gritam, surtam e por alguns minutos ‘não nos amam mais do mesmo jeito’. Não é justo, afinal, o amor é incondicional. Nos apaixonamos. Ah, o primeiro amor! Sofremos, desejamos a morte, somos incompreendidos pelo mundo. Ninguém sabe o que é amar e não ser amado. São assim: Idas e vindas. De adolescentes de repente somos adultos em busca de um amor para a vida toda, perfeito, alguém que ame a nós, somente a nós da forma como queremos.Mais ou menos como os nossos pais: Um amor incondicional quase como uma obrigação. Rompemos em pranto, em ciúmes, em solidão, em fúria. “Por que eu, meu deus? Por que não tenho alguém?”. Em um mundo de alguns bilhões de pessoas vagamos sozinhos por querer algo que não existe. Algo que nos ensinaram quando nascemos: O amor incondicional. Seres humanos erram. São movidos de sentimentos e por isso, quebram, oscilam, vacilam, tem sonhos, desejos, rancor, amor. Em alguns momentos nossos pais nos amaram e nos amarão menos do que amaram quando nos viram pela primeira vez. Assim como nós, à vezes, não os amamos tanto quanto deveríamos. Mas, isso ninguém admite. É tabu, é proibido, é feio e errado. Errado é fechar os olhos e acreditar que o amor seja tão perfeito a o ponto de nunca falhar. O que nos faz pensar então que seria fácil suprir tanta carência em um outro alguém? Uma alma gêmea? Enquanto buscarmos por algo utópico, uma perfeição desmedida seremos incondicionalmente infelizes. Somos fracos como gravetos ao vento. Girando, girando, girando em busca de um lugar, um aconchego. Mal sabemos que o aconchego de nossas mentes não depende de ninguém além de nós mesmos. Seremos frágeis ao vento enquanto não percebermos que o amor erra, aceita e perdoa. Que o amor se complementa e não é igual. Que é especial e lindo, mas humanos. Que todo ser humano erra, tem suas manias, personalidade própria, necessidades, desejos e condições.
domingo, 4 de abril de 2010
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